EN / PT
Galeria Luciana Brito

Delson Uchôa

LB News
  • 1/3

Na Galeria II, Delson Uchôa apresenta uma nova série de pinturas em grande formato especialmente criadas para a ocasião. Em “O Dia” e “A Noite”, títulos que contribuem para o nome da exposição, as alegorias criadas pelo artista polarizam a luz orgânica da região Nordeste do Brasil, em uma trama de cores quentes, delineadas por delicadas linhas retas e curvas que, abrigadas sob resina lisa, tecem o corpo e o brilho dos trabalhos.

 

Das telas de intrincadas construções cromáticas, “Aguapé” e “Igarapé” emanam tons amarelos, azuis e verdes que remetem às paisagens brasileiras que beiram rios e mares.

 

Para Moacir dos Anjos, crítico de arte e um dos curadores da 29ª. Bienal de São Paulo, “as pinturas maduras de Delson Uchoa são clarões: primeiro cegam, depois iluminam”. São permanentes celebrações da cor em trabalhos de dimensões monumentais, que não são apreciadas exclusivamente pelos olhos, mas por todo o corpo.

 

“No início trabalhava com áreas de cores primárias, escuras, e buscava a vibração, a contraposição de uma cor e outra. Com o tempo minha preocupação principal passou a ser o processo de iluminar, e comecei a pensar em como desmaterializar a cor, transformando-a em luz”, conta Uchôa.

 

Profundo conhecedor de movimentos como o construtivismo ou a arte óptica, Delson Uchöa não restringe o campo das suas referências: ao fazer uso de tecidos e flertar com o kitsch, instaura em sua obra um diálogo com suas raízes sem perder a capacidade de ultrapassar fronteiras, tornando sua arte única. “A arte de Delson Uchôa afirma ser latina, brasileira, nordestina e alagoana, sem contudo restringir-se a provincianismos ou alegar estéticas puras”, declara o crítico Agnaldo Farias.

 

Pela riqueza de detalhes, uma obra leva anos para ser dada como concluída, ou melhor, passa a ser considerada acabada apenas quando o artista não tem mais acesso a ela. Esse trabalho contínuo, a relação quase carnal com as telas, transparece na pele dos quadros de Delson Uchôa, que carregam em muitos casos as marcas de acréscimos, junções e sobreposições de suportes, sejam eles recentes ou antigos.

 

Sobre o artista:

 

Reconhecido tanto no Brasil como fora do país, Delson Uchôa (Maceió, 1956) realizou sua primeira exposição individual em 1980, em Maceió. Em 2009, foi escolhido para representar o país na Bienal de Veneza, na Itália, e na Bienal de La Habana, em Cuba. Recentemente, sua obra foi exibida na mostra Contraditório - Panorama de Arte Brasileira 2007, no Museu de Arte Moderna de São Paulo; Sala Alcalá 31, Madrid, Espanha. No Brasil, Delson Uchôa participou de importantes exposições coletivas, como a XXIV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil (1998); Onde Está Você, Geração 80?, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Recife; 80/90 Modernos, Pós-Modernos, etc, no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo); e Paralela (São Paulo). Ainda esse ano, irá participar da Bienal do Cairo, Egito.

 

Seu trabalho figura em importantes coleções como a do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Museu Nacional de Belas Artes. Seu trabalho foi analisado por renomados críticos e curadores de arte como Moacir dos Anjos, Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias, entre outros.

 

O artista vive e trabalha em Maceió, Brasil.

19.09.2010 a 30.10.2010

 

terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita