Fabiana de Barros e Michel Favre: Home

Luciana Brito Galeria abre exposição HOME, com montagem inédita dos artistas plásticos Fabiana de Barros e Michel Favre. Os artistas criam um espaço onde o invisível e o visível se mesclam através do olhar de uma câmera térmica. Um circuito de fios elétricos brancos, compondo uma ‘teia de aranha’ cobrem a sala expositiva; e ao esquentarem com o passar da corrente, se sobrepõe, para a câmera, aos corpos dos visitantes em uma imagem de “teia de aranha” que ‘engole’ o corpo humano.

A instalação reúne vários trabalhos ligados à questão do visível e do invisível: 4 projeções simultâneas em vídeo, sendo uma interativa, ligadas pelo percurso dos fios elétricos aquecidos pela corrente que os atravessa. O alvo do trabalho é intervir em um espaço que parece inerte, mas mesmo assim é cortado por linhas de força que podem ser reveladas. Com essa certeza, define-se que nenhum lugar é neutro, e que o vazio não existe: todo espaço é preenchido por energia deixada pelo que já ocorreu e pelo que está acontecendo. O resultado baseia-se no presente imerso nessas invisíveis e inesperadas dimensões.

Esta exposição é, para Fabiana de Barros e Michel Favre, uma síntese dos trabalhos anteriores contextualizados pela ‘teia de aranha’ que funciona como metáfora da noção de moradia [HOME]. O trabalho vem se desenvolvendo dentro de uma parceria: de um lado existem as preocupações relacionais e de arte publica de Fabiana e de outro, o trabalho de cinema de Michel, preocupado com a questão da percepção das forças que regem o mundo, das mais intimas e pessoais as mais publicas.

Estes dois pólos do trabalho dos artistas são encontrados em varias tendências atuais, sobretudo a questão da relação do ser humano com o seu entorno, quer seja nas atividades publicas ou privadas. “Formalmente, este trabalho conversa com as teorias ligadas a relação entre um espectador e uma obra, entre o visível e o invisível”, define Michel Favre.

Nas criações dos artistas, o espectador já conhece o que vai descobrir; o importante é o modo com o qual se apropria dos fatos para criar o seu próprio universo e suas referências. A colaboração entre Fabiana e Michel também acontece na troca entre cinema e artes plásticas, do questionamento atual sobre a proposta expositiva, o produto e o publico.