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Galeria Luciana Brito

Dudi Maia Rosa: Naipes

LB News
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A partir de 21 de março, terça-feira, será apresentada na Galeria Brito Cimino a individual de Dudi Maia Rosa - Naipes, mostra na qual o artista exibe obras inéditas, todas produzidas em 2006. Esses novos trabalhos são mostrados ao público no mesmo momento da publicação do livro Dudi Maia Rosa e as mortes da pintura - o primeiro livro dedicado à trajetória deste artista que desde o início de sua carreira teve uma intensa atuação frente aos questionamentos à pintura contemporânea. O livro, de autoria de Oswaldo Corrêa da Costa e editado pela Metalivros, terá o seu lançamento oficial na Galeria Brito Cimino no dia da abertura da exposição Naipes (terça-feira, 21).

 

A mostra apresenta oito obras da nova produção de Dudi Maia Rosa. Trata-se de uma revisão de aspectos essenciais de sua poética a partir da depuração da técnica com a qual trabalha desde o início dos anos 80 - o uso da  fibra de vidro e resina poliéster pigmentada - e a experiência com um novo tipo de figuração, menos afeita à narrativa e mais voltada para formas "apropriadas" e minimamente retificadas. O título da mostra, "Naipes", indica uma aproximação com aspectos ligados ao jogo ao mesmo tempo em que a paleta extremamente reduzida das obras - tons de cinzas, preto e branco - homenageia a estética cubista e o “espírito” duchampiano.

 

O "jogo" proposto por Maia Rosa parece querer recuperar a ruptura com o suporte tradicional da tela, que o artista implementou já a partir de suas primeiras mostras individuais, incorporando agora toda a menção à geometria nesses seus quadros anteriores, em um suporte cristalino e quadrado que se refere diretamente à tela, mas que a apresenta como algo "curioso" para o espectador a partir da translucidez da fibra de vidro. O preenchimento, seguindo a mesma estratégia, aproxima-se, por vezes e de forma dissimulada, da pintura a óleo, com uma opacidade característica, mas traindo todo o preciosismo daquela técnica ao deixar ver que se trata de uma superfície plástica elaborada pelo avesso do quadro. O que se pode ver, no conjunto de cada trabalho, é um corpo que permite a convivência incomum entre cor, matéria e suporte, cada qual relacionado ao outro, mas apresentados de modo “equivalente”.

 

Essas primeiras oito obras de 2006 mostram-se, então, como "cartas" que permitem combinações inéditas a partir de uma experiência técnica consolidada que, no entanto, não esgotou suas possibilidades em relação ao seu objetivo principal: a criação de um meio pictórico que debata a pintura ao mesmo tempo em que lhe dá uma sobrevida, no caso, irônica e em tom de  homenagem.

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release do livro - Dudi Maia Rosa e as mortes da pintura

 

Escrito em edição bilíngüe (inglês-português) pelo pesquisador brasileiro radicado em Nova York, Oswaldo Corrêa da Costa, o livro Dudi Maia Rosa e as mortes da pintura(Ed. Metalivros, 190 págs.) faz uma análise da trajetória do artista plástico paulistano, de 1978, a partir da primeira exposição individual, até o ano de 2003.

 

O autor investiga a produção de Maia Rosa como pioneira no desenvolvimento de uma pintura que reconhece, e transcende, as mortes sofridas pela pintura modernista, ao mesmo tempo em que examina a lógica interna do modernismo que levou a essas mortes. Ilustrado com mais de 160 imagens, o livro se destina, igualmente, a leitores interessados em questões estéticas centrais da segunda metade do Século 20, tais como a crise da pintura e suas convenções, temas exemplificados através da produção de outros artistas nacionais e estrangeiros. As transformações formais e inovações técnicas que marcam a obra de Maia Rosa, ao longo de quase três décadas, são revistas, assim, tanto num contexto global, como por sua contribuição específica para a arte contemporânea brasileira. A publicação traz também um apêndice com uma antologia de obras feitas por Maia Rosa nos últimos dois anos.

 

O livro teve o patrocínio da agência de publicidade F/NAZCA Saatchi & Saatchi.

21.03.2006 a 28.04.2006

 

 

terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita