Delson Uchôa: Lume-Nume

A exposição do artista Delson Uchôa acontece na Luciana Brito Galeria de 30 de junho a 31 de julho de 2009. Serão apresentadas quatro pinturas inéditas em São Paulo. Esta exposição faz-se especial neste momento graças à participação do artista na 53ª. Biennale di Venezia, uma das mais importantes bienais internacionais de arte, e ao lançamento do livro com sua obra reunida que conta com textos de Agnaldo Farias e Jacopo Crivelli Visconti.

Delson Uchôa tem um método particular de trabalhar com as cores, tendo sido apontado pelo crítico de arte Paulo Herkenhoff como um dos mais importantes estudiosos da cor no país. Suas obras são celebrações da cor através de pinturas de dimensões monumentais, que não são apreciadas pelos olhos exclusivamente, mas por todo o corpo. Transparência, luminosidade, textura, exploração cromática e escalas se relacionam. O artista conta que trata a luz “com a identidade de quem mora nos trópicos” comentando a exuberância e o privilégio de estar ao leste do litoral do Brasil.

Expostas de forma a saltar da parede ou a cair sobre o piso, as obras abarcam o espectador, que se torna também participante. Por sua riqueza de detalhes, textura e dimensão, as obras despertam o desejo do toque, muitas vezes permitido pelo artista.

Por seus detalhes, uma obra de Delson Uchôa leva anos para ser dada como concluída. Sua pintura é vivenciada por ele diariamente antes de seduzir os espectadores/participantes. Segundo o artista, “interessa-me o desgaste da circulação, o tempo registrado, o arranhar dos móveis (...) Moradia da pintura e de todos os elementos que a compõem”. Como vários artistas de sua geração, explorou a liberdade da reinvenção da pintura. Seu processo único de pintura será apresentado no vídeo “Delson Uchôa – Work in progress”.

Reconhecido e admirado no circuito das artes, Delson Uchôa fez parte do núcleo histórico da XXIV Bienal de São Paulo, participou da emblemática mostra Como Vai Você Geração 80?, no Parque Lage (RJ), entre outras importantes coletivas no Rio e em Recife. Particularmente, em São Paulo, o vigor de suas telas surpreendeu o público, quando realizou individual no Instituto Tomie Ohtake, em 2003, a convite do curador Agnaldo Farias. No ano de 2009 representou o Brasil na 10ma Bienal de la Habana, em Cuba e na 53ª. Biennale di Venezia, esta com curadoria de Ivo Mesquita.