Gerald Hemsworth: Mushrooms in the Rain

A Galeria Brito Cimino apresenta, a partir de 28 de setembro, a exposição Mushrooms in the Rain individual do artista britânico Gerard Hemsworth.

Serão apresentadas 16 telas em grande formato que foram produzidas nos últimos dois anos (2004 e 2005), em seu ateliê em Londres, sendo que são inéditas a grande maioria das obras. Os trabalhos são todos realizados em tinta acrílica sobre tela e medem entre 213 x 259 cm e 92 x 92 cm. A obra de Hemsworth conduz o espectador a questionar a proposição da arte como modelo de inteligibilidade. As figuras desta série de obras guardam uma certa ingenuidade, perceptível no uso de cores pastel, nos desenhos de determinadas paisagens urbanas ou bucólicas, de imediata identidade com movimentos do cotidiano universal. As pinturas de Hemsworth apresentam figuras inusitadas, seres inanimados em ambientes cotidianos, o que nos remete aos desenhos de contos de fadas. Como apontado pelo crítico inglês Andrew Renton no texto do catálogo da mostra “de fato, no domínio da imagem, existe um contínuo jogo de aparências”.

Embora sejam situações bem diversas e um tanto quanto irreais, as cenas denotam certa familiaridade ao serem olhadas logo pela primeira vez. São como imagens representacionais – de nossos questionamentos, de certos sentimentos. No momento seguinte ao primeiro impacto somos tomados por um certo estranhamento – afinal, porque  imagens tão comuns nos prendem a uma curiosa atenção? Talvez seja justamente o reconhecimento de certos elementos gráficos (evidentes aos nossos olhos) que nos fazem reavaliar nossas expectativas e por conseqüência, o objeto em cena torna-se atraente e cativante.

Uma das claras intenções do artista é alimentar novos vocabulários e imaginários para a pintura, uma vez que se torna cada vez mais difícil hoje a tarefa de refletir sobre e perceber a complexidade de pintar e criar imagens. Hemsworth também costuma dar ênfase aos títulos de suas obras, o que faz surgir uma espécie de narrativa no título da imagem. Mas, o recurso de nomeá-las vem acrescentar a aura de mistério e indagação que determinadas obras suscitam. Por fim, percebemos que os títulos reforçam o caráter indicial e representacional das obras.

A exposição, que recebe o apoio do British Council, conta com um catálogo de 48 páginas com 19 imagens e textos dos mais importantes pensadores da arte britânica contemporânea, os críticos Andrew Renton e Suhail Malik. 

Gerard Hemswort nasceu em Londres, em 1945. De 1963 a 1967, estudou na St. Martins School of Art. Em 1970 apresentou sua primeira individual na Nigel Greenwood Gallery, em Londres. A partir daí consolidou uma carreira internacional que vem sendo reconhecida na Europa, América e mais recentemente no Brasil, onde já expôs em 2002 na Galeria Thomas Cohn. No ano 2000 foi premiado com o importante Royal Academy Charles Woollaston Award. O artista vive e trabalha em Londres, onde é professor titular de Belas Artes no Goldsmiths College, da London University.

Sobre os autores:

Prof Dr. Andrew Renton reside e trabalha em Londres. Escritor e curador, além de Diretor do Programa de Curadoria no Goldsmiths College, da Universidade de Londres. 

Em 2005 foi convidado para ser membro do júri do próximo Prêmio Turner, que vai acontecer em 2006. (Turner Prize– um dos mais prestigiados e criteriosos eventos do art world europeu).

Prof. Dr. Suhail Malik é autor de textos sobre arte contemporânea, filosofia e ciências naturais, e diretor do programa de Estudos Críticos de Belas Artes da Universidade de Londres.

A exposição de Gerard Hemsworh na Galeria Brito Cimino tem o apoio oficial do British Council.