Allan McCollum: Obras 1980-2008: Uma Seleção
A exposição do artista norte-americano Allan McCollum ocupará, de 26 de agosto a 9 de outubro, todo o espaço da Luciana Brito Galeria, que o representa com exclusividade no país. Esta será sua primeira exposição individual no Brasil e, por esta razão, a proposta é de uma visão geral de seu trabalho através de suas obras mais significativas:
Glossies
Plaster Surrogates
Perfect Vehicles
The Dog from Pompei
Each and Every One of You
The Shapes Project
Surrogates on Location
Allan McCollum utiliza métodos de produção em massa em seu trabalho de diversas maneiras, criando objetos em grande quantidade, porém únicos. A mensagem de Allan McCollum é de que não há nada mais comum do que ser único, afinal, todos no planeta são. Sua obra tem detalhes da vida cotidiana aparentemente aleatórios, pedaços de informação visual que deixamos de notar, e consegue nossa atenção reproduzindo-os em grandes quantidades.
Este é o campo de pesquisa do artista desde a década de 80, quando criou Glossies e Plaster Surrogates. Em Glossies o artista manifesta seu interesse por fotografia pela primeira vez. São aquarelas negras de formato retangular que preenchem quase toda a folha exceto por finas margens brancas. Cada textura é única embora todas se pareçam. Finalmente este papel é encoberto por um laminado plástico que deixa sua superfície brilhante, resinada como a fotografia. Plaster Surrogates são “pinturas genéricas”, cada uma com um plano central preto, passepartout branco e moldura nas cores preta ou marrom. Através destas duas séries, Allan McCollum demonstra que a aura da obra de arte, supostamente perdida através da reprodução mecânica, pode ser recuperada a partir desta mesma repetição. São sínteses canônicas da fotografia e da pintura. Uma apresentação de slides de Surrogates on Location - fotografias de cenas de televisão com objetos escuros e emoldurados ao fundo, semelhantes a Plaster Surrogates - estará em exposição.
Serão exibidos, também, os Perfect Vehicles, vasos que foram criados com determinada variedade de cores, de forma que, embora idênticos em forma, impossibilitam a formação de dois grupos iguais com base em quantidade e cor. Radicalmente disfuncionais, lacrados, eles remetem a urnas funerárias. Sobre esse aspecto, o artista comenta: “É provavelmente evidente em meu trabalho que eu sofro alguma preocupação com a ausência e com a morte. Cópias são sempre sobre algo que está ausente, e desta forma eles carregam um sentimento de luto, morte ou perda. (...) Cheguei a sentir que um molde funciona automaticamente como um símbolo para um modelo original ausente, por exemplo, de uma forma que é especialmente visceral”. Neste sentido, um dos melhores exemplos é The Dog from Pompei. Serão exibidas doze cópias do “cão encoleirado” exibido no Vesuvius Museum em Pompéia, na Itália. O cachorro foi sufocado em cinzas vulcânicas durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C. Seu corpo deixou uma cavidade na terra após sua deterioração. Este “molde” natural foi descoberto em 1874 e foi preenchido com gesso.
Each and Every One of Youé uma compilação dos 1200 nomes mais populares nos Estados Unidos (600 nomes masculinos, 600 nomes femininos). Os nomes (impressões digitais sobre papel) são dispostos em caixas de madeira em ordem de popularidade, como arquivos para consulta. A intenção do artista é invocar sentimentos e memórias com o mais simples e vago dos meios – o nome.
Finalmente, The Shapes Project pode gerar uma identidade gráfica distinta para toda a população mundial. Usando seu computador doméstico e o programa Adobe Illustrator, o artista combina 300 opções de partes de cima, do meio e de baixo, formadas por uma série de curvas e contornos, e as reúne em grupos de quatro a seis para criar cada forma. The Shapes Project é capaz de criar 31 bilhões de formas diferentes (o suficiente para abastecer confortavelmente a população mundial em seu esperado pico, em 2050, estimado entre 8 e 20 bilhões de pessoas). Até agora, 214.000.000 de formas foram “retiradas para a experimentação criativa”, diz o artista. Para a exposição, o artista propõe novas peças em madeira.
27.07.2009 a 09.09.2009
abertura em 26 de agosto de 2009
terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita
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Luciana Brito Galeria
Avenida Nove de Julho 5162
São Paulo Brasil 55 11 3842 0634