EN / PT
Galeria Luciana Brito

Gaspan Gasparian: Fotografias

LB News
  • 1/8

Luciana Brito Galeria tem o prazer de apresentar, pela primeira vez, a exposição Gaspar Gasparian, Fotografias. A mostra é uma homenagem a um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, que teve papel fundamental para estabelecer a fotografia como uma arte autônoma, com atributos próprios, levando a prática para além do mero registro documental. Essa transição histórica, que mais se confunde com a vida da fotografia no Brasil, é conduzida pela exposição através das 45 imagens em branco e preto (36 vintages), datadas dos anos entre 1940 e 1960, além de documentos, registros históricos e equipamentos originais da época.

 

Juntamente com Geraldo de Barros, German Lorca e Thomaz Farkas, Gaspar Gasparian inaugurou a chamada “Escola Paulista de Fotografia”, ainda na década de 1940. Nessa época, a estética moderna na fotografia brasileira se manifestava como um questionamento ao pictorialismo europeu do séc XIX. Influenciado por esse clima, o artista iniciou seus trabalhos com a ideia de aproximar a fotografia das artes, retratando principalmente paisagens e natureza morta e devotando-se a um estilo acadêmico de alto contraste que realçava a beleza e os detalhes dos locais e cenas retratadas. Gaspar Gasparian preocupava-se em captar cada vez mais as qualidades formais das composições, destacando o equilíbrio e o rítmo ditado pelos contrastes de luz e sombra. Essa combinação pode ser observada no conjunto de fotografias realizadas na cidade de São Paulo, entre 1940 e 1943, onde ele retrata como ninguém a modernidade, ainda que sutil, que já despontava na metrópole.

 

Já no início dos anos 50, o compor passa a fazer parte do processo na prática fotográfica de Gaspar Gasparian. Nesta fase, ele e seus contemporâneos de profissão dão início à etapa que ficou marcada pela insatisfação com as linhas estéticas academicistas e, juntos, inauguram o Grupo dos Seis. Esse período distingue-se, sobretudo, pelo abstracionismo geométrico, atribuindo nova importância à perspectiva, luz e sombra. Aliados a um senso estético apurado e às especulações arrojadas, esses valores modernos estabelecem contrastes instigantes nas fotografias, que confundem a percepção de quem os observa, seja em função da mudança abrupta da escala dos objetos, seja pela ênfase em certos elementos que na superfície da imagem criam efeitos gráficos. A década de 50 também ficou caracterizada pela utilização de montagens e table-tops (fotografia de estúdio onde se utilizava miniaturas para recriar situações reais).

 

Sobre o artista

1899, São Paulo, Brasil – 1966, São Paulo, Brasil

Quando jovem, dedicou-se ao comércio de tecidos e roupas nas lojas da família (imigrantes armênios). Em 1938, investe na indústria têxtil e cria o Lanifício Brazilia. Sua carreira em fotografia tem início em 1940. Em 1942 se associa ao Foto Cine Clube Bandeirante, quando participa de exposições e salões tanto nacionais quanto internacionais. Já em 1950, deixa o Foto Cine Clube Bandeirante para fundar o Grupo dos Seis (Gaspar Gasparian, Fernando Palmério, Ricardo Belinazzi, Otávio Pini e José de Amorim Jr.). Recebe o prêmio Anchieta em 1944 por meio de sua participação no Salão Paulista de Arte Fotográfica. Em 1952, contudo, ganha medalha de prata na Exposição Internacional de Arte Fotográfica, no Rio de Janeiro. Em 1990, ganha uma grande retrospectiva no MIS - SP (Museu da Imagem e do Som), em 2010 na Pinacoteca do Estado de São Paulo e, em 2011, no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba (PR). Três publicações mais recentes reúnem as principais obras do artista: Gaspar Gasparian Um Fotógrafo Paulista (Ed. Marca D’Água, 1988), Gaspar Gasparian Um Fotógrafo (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2010 e Museu Oscar Niemeyer, 2011).      

 

Exposição Prorrogada até 8 de fevereiro de 2013