Primavera Silenciosa
Adán Vallecillo | Ángel y Fernando Poyón | Antonio Pichillá | Benvenuto Chavajay | Diego Isaias Hernández | Donna Conlon | Héctor Zamora | Jonathan Harker | Manuel Chavajay | Marilyn Boror Bor | Naomi Rincón Gallardo | Paula Nicho | Paz Errázuriz | Rastros de Diógenes | Rochelle Costi | Tz’aqaat
Curadoria de Alexia Tala
Primavera Silenciosa baseia-se em uma pesquisa curatorial focada na arte produzida por artistas indígenas da América Latina, e propõe uma coexistência com outras expressões artísticas que estão profundamente enraizadas em tradições ligadas aos lugares aos quais pertencem. A poética criativa dos artistas da exposição celebra a pluralidade e a atenta relação de escuta com a natureza, ao mesmo tempo em que mantém aberto um espaço para o olhar crítico. As obras pretendem fortalecer as nossas formas de ver e viver o mundo, incentivando assim uma relação sustentável com o ambiente, que não é nova, senão ancestral, mas que muitas vezes tem sido silenciada.
Em 1962, Rachel Carson publicou um livro, Primavera Silenciosa, sobre os efeitos nocivos da poluição agroquímica que, além de seus estudos científicos, criou uma alegoria que vislumbrava como as ações e comportamentos sociais afetam os ciclos da natureza. Essa publicação dá título a esta exposição, que tomando como ponto de partida a visão de Carson, articula três eixos. Um central, que trata das diversas formas como os artistas falam sobre assuntos sagrados, preservação e regeneração diante do caos e dos desastres ambientais, ao mesmo tempo que o onírico se faz presente como forma de ver o invisível. Aqui, o conhecimento transmitido oralmente de geração em geração encontra forma de manifestação na prática da arte. Devido ao contexto de suas experiências, esses artistas tendem a desenvolver obras com notável densidade simbólica e suas pesquisas revelam componentes de importância histórica ao registrar suas ancestralidades e suas relações com o meio ambiente. O segundo eixo aborda questões de exotização, racialização, extermínio e silenciamento dos povos indígenas, os quais têm sofrido com tentativas de extermínio e, junto com eles, extinguir também suas visões de mundo e saberes, tão ligados à natureza. Por fim, um terceiro eixo trata do extrativismo da terra, da privatização da água, das doenças, da acumulação e reciclagem de resíduos e da industrialização, produtos do Capitaloceno que Andreas Malm descreve bem como “a geologia não da humanidade, mas da acumulação de capital”, apontando-a como a principal causa da crise ambiental.
Por fim, a exposição convida-nos a pensar sobre os gatilhos que levaram a uma inflexão ambiental: o devastador Capitaloceno e o extermínio racial das comunidades indígenas. Os exercícios de reflexão propostos por Primavera Silenciosa questionam até onde pode chegar essa coexistência: se toda a humanidade tivesse adotado o mesmo respeito pela natureza que as cosmovisões indígenas, estaríamos hoje nesta situação antropocênica? Quando conseguimos ouvir, ver e sentir o mundo inteiro com mais clareza, e conseguimos identificar a importância que há em cada gesto, em cada marca deixada por cada ser, nos vemos simplesmente como um entre milhões, com uma capacidade limitada e quase insignificante de ação? Ou, pelo contrário, abraçamos a nossa capacidade de impacto como parte de uma coletividade e confrontamos o poder das nossas próprias ações transformadoras?
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Curadoria Alexia Tala
Primavera Silenciosa parte de una investigación curatorial centrada en el arte producido por artistas indígenas de América Latina, y propone una coexistencia junto a otras expresiones artísticas que están profundamente arraigadas en tradiciones vinculadas a los lugares a los que pertenecen. La poética creativa de los artistas en exhibición celebra la pluralidad y una atenta relación de escucha con la naturaleza, al mismo tiempo que mantiene abierto el espacio para una mirada crítica. Sus obras pretenden fortalecer nuestras formas de ver y vivir en el mundo, fomentando así una relación sostenible con el medio ambiente que no es nueva, sino ancestral, pero que a menudo ha sido silenciada.
En 1962, Rachel Carson publicó un libro, Primavera Silenciosa, sobre el efecto nocivo de la contaminación agroquímica que, más allá de sus estudios científicos, generó una alegoría que vislumbraba como las acciones y comportamientos sociales afectan el ciclo de la naturaleza. Su publicación da título a esta exhibición, tomando como punto de partida la visión de Carson, articulándose desde tres ejes. Uno central que trata diversas formas en que los artistas hablan sobre asuntos sagrados, preservación y regeneración frente al caos y desastres ambientales, al mismo tiempo que lo onirico se hace presente como una forma de ver lo invisible. Allí, los conocimientos transmitidos oralmente de generación en generación encuentran una forma de manifestación en la práctica del arte. Debido al contexto de sus vivencias, estos artistas tienden a desarrollar obras con una notoria densidad simbólica, y sus investigaciones revelan componentes de importancia histórica a la hora de registrar su ancestralidad y sus relaciones con el entorno. El segundo eje aborda asuntos de exotización, racialización, exterminio y silenciamiento de pueblos indigenas a quienes se les ha intentado extinguir, y junto a ellos, extinguir también sus cosmovisiones y saberes, tan ligados a la naturaleza. Por último, un tercer eje, trata sobre el extractivismo de la tierra, la privatización del agua, enfermedades, acumulación y reciclaje de deshechos e industrialización, producto del Capitaloceno que bien describe Andreas Malm como “la geología no de la humanidad, pero de la acumulación de capital”, señalándolo como la principal causa de la crisis del medio ambiente.
Finalmente, la exposición nos invita a pensar sobre los detonantes que han conducido a un punto de inflexión medioambiental: el devastador Capitaloceno y el exterminio racial de las comunidades indígenas. Los ejercicios de reflexión propuestos por Primavera Silenciosa reivindican hasta dónde puede llegar esta coexistencia, si toda la humanidad hubiese adoptado el mismo respeto por la naturaleza que poseen las cosmovisiones indígenas, ¿estaríamos hoy en este predicamento antropocénico? Cuando conseguimos oír, ver y sentir la totalidad del mundo con mayor claridad, y podemos identificar la importancia que reside en cada gesto, en cada huella dejada por cada ser, ¿nos vemos simplemente como uno entre millones, con una capacidad de acción limitada y casi insignificante, o, por el contrario, abrazamos nuestra capacidad de impacto como parte de una colectividad y nos enfrentamos al poder de nuestras propias acciones transformadoras?
abertura: 07 de outubro, das 12h às 17h
visitação: de 07/10/2023 a 20/12/2023
segunda, das 10h às 18h; terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h