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Galeria Luciana Brito

LB/Festival de Vídeo Online

A cada semana, a partir do dia 28 de abril, a Luciana Brito Galeria disponibilizou um novo vídeo, uma nova experiência, que ficará em nosso site por tempo indeterminado. Assim, você pode ver e rever, quantas vezes e quando quiser. O objetivo foi propor uma reflexão sobre um conjunto significativo de trabalhos tanto de artistas que são representados por nós, quanto de outros que achamos relevantes para a proposta. O vídeo da semana é "Photokinetic" (2020), de Héctor Zamora (México). Acompanhe!

 

Curadoria: Analivia Cordeiro
Texto Curatorial: leia aqui

LB News

Earthwork, 1972

 

Duração: 02'
16mm, cor, som, convertido para formato digital em 2006.
A performance ao ar livre ocorreu em North Wead, Reino Unido, em 19 de dezembro de 1972.

Edição de 15

 

Este é o registro de uma das três performances realizadas em ambiente externo pelo artista na Inglaterra do começo da década de 1970. “Earthwork” (1972) mostra o artista num processo de cavar e enterrar uma pequena caixa recheada com terra num cenário bucólico, típico do inverno inglês. O que parece simples, na verdade, tem o objetivo de questionar os conceitos de “tempo” e “ação”. Ou seja, explora a ideia de reversibilidade ao realizar a ação, filmada no tempo estipulado. A ação como “tarefa a ser desempenhada” era o que mais interessava ao artista. 

Anthony McCall

 

1946, St. Paul’s Cray, Inglaterra. Vive e trabalha em Nova York, EUA.

 

O trabalho de Anthony McCall transita entre o cinema, escultura e desenho. Em 1973, apresentou “Line Describing a Cone”, obra que daria início a série de instalações tridimensionais “Solid-light”, projeções animadas de luz que ganham dimensão volumétrica através da emissão de fumaça. McCall também conquistou lugar de destaque na vanguarda cinematográfica inglesa, com a produção de filmes a partir de performances minimalistas realizadas em ambiente externo na Inglaterra.    

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    Héctor Zamora, Photokinetic, 2020

  • Thumb 014379b

    Re-Construtivo, 2020

    Analivia Cordeiro

  • Thumb 014358

    Forest Warrior – Xondaro Ka’aguy Reguá, 2020

    ANGRY duo (Bruno Silvia e Gabe Maruyama)

  • Thumb 014359

    Ouragualamalma, 2020

    Eder Santos

  • Thumb 014348

    Encruzidança, 2018

    Kelly Santos e Naná Prudêncio

  • Thumb vidbits

    Vidbits, 1974

    Alvy Ray Smith

  • Thumb peitoprumoquadro004

    Do Peito ao Prumo, 2020

    Tothi dos Santos

  • Thumb frame

    The Trip, 1976

    José Roberto Aguilar

  • Thumb sunstone

    Sunstone, 1979

    Alvy Ray Smith

  • Thumb frame

    Tudo Está Dito, 1974

    Augusto de Campos

  • Thumb hommage a  mondrian a

    Hommage a Mondrian, 1972

    Jean Otth

  • Thumb frame

    Flesh I e Flesh II, 2004

    Analivia Cordeiro

  • Thumb 011463

    Limiar, 2015

    Regina Silveira

  • Thumb homenagem gs 4

    Homenagem a George Segal , 1985

    Lenora de Barros

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    Bronze Revirado, 2011

    Pablo Lobato

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    Landscape for White Squares, 1972

    Anthony McCall

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    VT Preparado AC/JC, 1985

    Walter Silveira e Pedro Vieira

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    Places of Power, Waterfall, 2013

    Marina Abramovic

  • Thumb 3

    Una Milla de Cruces Sobre el Pavimento, 1979

    Lotty Rosenfeld

  • Thumb frame alvos

    Alvos, 2017

    Lenora de Barros

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    Ituporanga, 2010

    Caio Reiseiwtz

  • Thumb frame nas coxas

    Nas Coxas, 2018

    Héctor Zamora

  • Thumb frame non plus ultra

    Non Plus Ultra, 1985

    Tadeu Jungle

  • Thumb frame hacasas

    Há Casas, 2018

    Rochelle Costi

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    0=45 Versão I, 1974

    Analivia Cordeiro

  • Thumb frame dormindo acordada

    Dormindo Acordada, 2011

    Fabiana de Barros & Michel Favre

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    Earthwork, 1972

    Anthony McCall

  • Thumb frame pulsar

    O Pulsar, 1975

    Augusto de Campos

  • Thumb framelp

    Actualidades / Breaking News, 2016

    Liliana Porter

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    Campo, 1976

    Regina Silveira

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    Tumitinhas, 1998

    Eder Santos

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    Corda, 2014

    Pablo Lobato

  • Anthony McCall "Landscape for White Squares" 1972
    1/10

Aqui você verá vídeos históricos. Enquanto uns são praticamente inéditos, outros são consagrados pela história da arte. Em seus mais de 50 anos de existência, a vídeoarte é uma mídia que se caracteriza por sua enorme flexibilidade. Os formatos destes vídeos passaram por mais de dez variações: desde o início, com as grossas fitas U-Matic ou Betacam, por exemplo, até os pequenos e atuais pen-drives com suas enormes capacidades. Conhecer as transformações as quais essas obras sofreram é, hoje em dia, muito mais interessante do que se poderia pensar, considerando a acessibilidade atual da tecnologia, além da possibilidade de conhecer as fontes originais nos faz compreender que são justamente esses instrumentos que formatam o nosso mundo e a nossa percepção. Esta exposição tem o objetivo de mostrar como esses dispositivos existentes no passado podem nos ajudar a compreender e complementar o resultado artístico como um todo. 

 

O modo de exibição também variou muito: hoje existem inúmeras plataformas, desde celulares de pequena dimensão, até projetores 4K – Ultra HD, com grande extensão e qualidade excepcional. Mais uma vez, seguindo os rumos e as necessidades da nossa história, essa arte se reinventa e adquire um valor único quando entendemos, sentimos, compartilhamos e discutimos sua capacidade em traduzir um momento histórico, um lugar geográfico específico, ou mesmo um comportamento particular que se torna universal.

 

Neste momento de isolamento social, a câmera de vídeo ganhou status de principal meio de comunicação visual, o único canal entre aqueles a quem queremos comunicar. Com isso em mente, podemos avaliar o significado de se expressar através de uma câmera. Podemos ainda compreender melhor a razão da qual os artistas escolheram este recurso para contar suas histórias e se posicionar no mundo, ressignificando-o através das lentes e do olhar do espectador. 

 

 

Mesmo hoje sendo tão próxima de nós, a câmera de vídeo nos impõe condições e a principal delas é que tudo o que queremos expressar deve se encaixar dentro de um retângulo, presente em todos os dispositivos de exibição de vídeo, desde aparelhos celulares até datashows. Ao mesmo tempo, há o desafio de fazer com que o espectador perceba a mensagem e seja instigado a imaginar o que acontece fora deste retângulo. É um jogo, e ao mesmo tempo, uma ditadura: a ditadura do retângulo. Nessa obrigação de enquadrar o mundo dentro de um espaço restrito condicionamos nosso cérebro a pensar assim e nossa percepção se altera de acordo com esses padrões. Vemos a realidade como algo a ser adaptado pelo nosso principal instrumento atual de expressão: o vídeo. 

 

O vídeo é visual e sonoro, mas é a realidade que nos oferece as sensações físicas. O grande desafio para o artista, dessa forma, é transmitir a riqueza e a complexidade da realidade com os recursos limitados dessa tecnologia. É intrigante observar como a genialidade e talento de cada artista provoca em nós sensações que vão além das restritivas soluções técnicas e até das experiências humanas. Através desse retângulo e dos recursos audiovisuais, cada artista cria sua poética e compõe uma obra única. Além disso, independente da percepção individual do espectador, há de se considerar o significado histórico e artístico contido em cada vídeo. É importante ainda apreciar os aspectos diversos do contexto de cada período, seus valores e possibilidades. Por isso, cada uma dessas obras pode ser vista mais de uma vez, e a cada oportunidade surge um novo olhar, assim como acontece com as telas penduradas nas paredes. Assim como a pintura, o vídeo também é uma tela, mas com movimento e som: este é o princípio base da vídeoarte. 

 

 

Nenhuma outra mídia conseguiu trilhar tão bem o caminho para a contemporaneidade como a vídeoarte. Ao longo de sua trajetória foi eliminando os obstáculos, aperfeiçoando-se, até conquistar seu lugar definitivo nas artes visuais. Não só foi assimilada como recurso pelas mais diversas linguagens, como carrega em si a capacidade de agregar os elementos da arte, como por exemplo a tradição clássica da tela emoldurada ou a narrativa literária. Nesse sentido metalinguístico, como ela pode ser renovadora? Pense nisso enquanto assiste aos vídeos. 

 

Os vídeos aqui escolhidos para serem apresentados online são legítimos, de alta qualidade artística, concebidos primeiramente para serem mostrados em formato original. Trata-se de uma curadoria genuína e autêntica, realizada para transmitir as ideias e as formas de pensamentos que nos fazem pensar, além de nos envolver com as poéticas intrigantes das épocas em que foram concebidos.

 

Ao assistir aos vídeos, permita-se transportar para o período em questão: anos de 1970, 80, 90 ou os anos 2000, e ao mesmo tempo experiencie com eles o que há de universal e duradouro.

 

 

Analivia Cordeiro,

março 2020

 

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Analivia Cordeiro, PhD, bailarina, coreógrafa, videoartista, arquiteta, pesquisadora corporal, curadora da coleção Waldemar Cordeiro. Considerada a primeira videoartista do Brasil (1973) e uma das pioneiras da computer dance mundial, criou vídeos, espetáculos multimídia, o software Nota-Anna de notação de movimento humano e um sistema de alfabetização de português em vídeo. www.analivia.com.br

Em breve você verá aqui a programação completa da exposição.